A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Mexicana realizou o terceiro Webinar (seminário virtual) no passado dia 29 de junho, desta vez sobre Oportunidades de Internacionalização no México para o setor das Máquinas e Ferramentas para a Indústria.
O Webinar contou com a presença de José de Oliveira Guia, Presidente da Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas (ANEME), Paulo Lopes, General Manager da Palbit S.A. na América do Norte, Vítor Pinto da Cruz, Senior Managing Director da Tuottava, Maria Celeste Hagatong, Presidente da COSEC e Mariana Oom, Diretora da AICEP no México como oradores convidados.
O evento foi marcado pela concordância de todos os oradores no que toca ao grande potencial de cooperação existente entre Portugal e o México no setor metalúrgico e metalomecânico, uma vez que as exportações para esse país pesam apenas 0,42% do total exportado da economia portuguesa.
José de Oliveira Guia, presidente da ANEME, falou sobre esta realidade e também sobre a indústria dos moldes, considerando que ainda existe uma janela de oportunidade para «dar a conhecer ao mercado mexicano a grande capacidade portuguesa neste setor», no qual nos encontramos em primeira linha no quadro de capacidade europeia na produção de equipamentos.
Outro setor com grande potencial de exploração, de acordo com o presidente da ANEME, é o das energias renováveis, visto que em Portugal já dispomos da tecnologia e experiência elevada para o desenvolvimento deste tipo de projetos e que poderiam gerar novos negócios no México.
Paulo Lopes, General Manager da Palbit, afirma que «temos de sair das nossas fronteiras, da nossa zona de conforto» para aproveitar as oportunidades de negócio do mercado. Para o General Manager da Palbit é necessário que haja boas relações físicas e presenciais uma vez que fazer negócio com diferenças horárias e à distância é uma tarefa complicada.
Assim, só com uma combinação de conhecimento profundo do mercado e boas relações comerciais será possível entrar no país com maior potencial de crescimento para a indústria portuguesa.
Vítor Pinto da Cruz, Senior Managing Director da Tuottava, apontou as maiores ameaças e os obstáculos existentes para as empresas portuguesas que ambicionam entrar no mercado mexicano, como o excesso de confiança cultural e o idioma. O responsável considera que o «excesso de confiança a nível cultural por vezes pode demonstrar falta de cuidado, ou seja, o comum “portunhol” não é suficiente para fazer negócios quando se trata de produtos e elementos técnicos muito específicos».
Contudo, «o México tem sido o país onde fazemos experiências devido à grande oferta lá existente, se corre bem com os clientes mexicanos então entramos também nos países vizinhos.», concluiu o Senior Manager da Tuottava.
Maria Celeste Hagatong, Presidente da COSEC, referiu a importância da companhia de seguro de créditos para as empresas que queiram expandir negócio, sendo uma empresa muito forte e uma grande aliada e atual potenciadora de novas oportunidades para as empresas portuguesas noutros mercados.
Mariana Oom, Diretora da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) no México, afirma que o México aposta principalmente nos setores automóvel, no qual se incluem os moldes, plásticos e as máquinas e ferramentas que permitem a sua construção e, também nos setores aeronáutico e dos eletrodomésticos.
Os oradores foram unanimes ao concluir que ainda existe margem de oportunidade negocial no México, mas que ainda não a ser devidamente aproveitada pelas empresas portuguesas, aconselhando as empresas a aproveitar todas as ajudas existentes para internacionalizar o negócio e investir no mercado mexicano.
Este foi o terceiro de quatro Webinars integrados no projeto Portugal Connect. O quarto já tem data marcada para 27 de julho e terá como tema as Oportunidades de Internacionalização no México para o setor dos Plásticos.