Oportunidades de Internacionalização no México para o setor dos plásticos foi o tema do quarto e último Webinar de apresentação do projeto SIAC – Portugal Connect, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Mexicana (CCILM), que contou com a participação de oradores responsáveis por empresas da indústria dos plásticos tanto a nível nacional como internacional.
Vantagens e desvantagens do investimento na indústria mexicana, principalmente no setor dos plásticos, o impacto ambiental que a indústria tem na economia e qual o caminho certo a seguir para a resolução dos problemas de sustentabilidade ambiental atuais foram alguns dos temas analisados no seminário virtual.
Após uma apresentação do projeto SIAC – Portugal Connect dada por Miguel Gomes da Costa, presidente da CCILM, interveio Amaro Reis, Presidente da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos, APIP – Portugal.
O presidente da APIP começou por esclarecer a, ainda, fraca relação entre Portugal e o México afirmando que, na altura de se internacionalizarem, as pequenas e médias empresas «mais facilmente começam com países europeus» por estarem mais próximos.
Amaro Reis também destacou o esforço da indústria para o encaminhamento correto de resíduos e a sua boa utilização. A representatividade alargada dos vários setores, como o eletrónico, construção e agricultura que a APIP oferece tem vindo a ser um fator importante na missão atual de mudar a imagem de que o plástico é o inimigo, e mostrar que tem várias virtudes e fatores de sustentabilidade, quando utilizado de forma correta.
Seguidamente falou Aldimir Torres Arenas, Presidente da Asociación Nacional de Industrias del Plástico, A.C., ANIPAC no México, admitindo que o mercado dos plásticos vive momentos complicados, sendo a situação semelhante tanto no México como nos países europeus.
No entanto, o México continua a ser um mercado com grandes vantagens de investimento devido ao seu posicionamento que, até agora, permitiu a assinatura de acordos de livre-comércio com 46 países.
O presidente da ANIPAC reconhece que existe um grande problema a nível ambiental e que a empresa se tem focado na adoção total da economia circular na indústria.
De acordo com o site eco.nomia, a Economia Circular é um conceito estratégico que assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia, substituindo o conceito de fim-de-vida da economia linear por novos fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação. Deste modo, é possível manter o valor acrescentado dos produtos pelo maior tempo possível, eliminando o desperdício.
Casimiro Sacchetti, CSO da Evertis America, empresa presente no mercado mexicano há mais de duas décadas, partilhou alguns conselhos para os novos empreendedores que queiram gerar negócio no México.
«O México é um país muito forte na área dos plásticos, contém o maior produtor de resina PET, sendo um player e fornecedor fundamental», afirma. Uma das vantagens de investir neste país é a mão de obra qualificada e a facilidade de contratação. No entanto, «esta vantagem tem um problema», pois a indústria tem tido um desenvolvimento muito rápido e os trabalhadores estão sempre à procura de melhores condições de trabalho, gerando dificuldades na retenção dos trabalhadores nas fábricas.
Por outro lado, a GLN Moldes tem operação no México há cinco anos, na produção de moldes técnicos e injeção de peças plásticas pequenas e técnicas.
José Carlos Gomes, CEO da GLN Engineering, Molding and Plastics S.A. em Portugal apresentou alguns destaques do setor da injeção de plásticos no México, referindo que o mercado mexicano tem maior potencial do que o europeu devido à estabilidade trazida pela assinatura do T-MEC e ao crescimento alimentado pela política de apoios “de Biden” à economia americana que fizeram crescer as trocas entre os mercados mexicano e americano para níveis pré pandémicos. Também se destacam os sinais reiterados do governo dos EUA em substituir, no que possível, o produto chinês pelo mexicano.
Por último interveio Rodrigo Inurreta Acero, Government Affairs Manager da EDP Renewables, EDP Renováveis S.A. no México. O responsável falou sobre a tendência mundial que tem vindo a ser atendida pela EDP Renováveis, dizendo que o objetivo atual é «oferecer aos nossos clientes a energia mais barata, mais confiável e mais estável». A tendência é que as energias renováveis se tornem numa fonte competitiva para muitas indústrias, gerando pressão no México para que, pouco a pouco, abra caminhos para os investidores e empresários.
Com o quarto Webinar, ficou concluída a primeira parte do projeto SIAC – Portugal Connect, que teve como objetivo reforçar o processo de internacionalização das empresas portuguesas no mercado mexicano, em especial, nos setores dos moldes, máquinas e ferramentas para a indústria e plásticos.
Até ao final do ano, será apresentado um guia do exportador e duas plataformas digitais para dar continuidade às ações deste projeto. Para além disso, está prevista uma missão que trará empresários e opinion makers mexicanos a Portugal.