- Compreender a Estrutura Legal e Regulatória do México
O México tem um sistema legal e regulatório bastante complexo, que difere significativamente do português e do europeu. Uma das primeiras dificuldades com que as empresas se deparam é a necessidade de cumprir as leis locais, que envolvem regulamentações sobre importações, questões fiscais, aduaneiras e laborais. Um exemplo prático desta dificuldade é a regulamentação sanitária e fitossanitária para a importação de produtos alimentares. Muitas empresas portuguesas que exportam vinhos e produtos alimentares para o México encontram barreiras devido à falta de conhecimento sobre as exigências específicas da “Secretaría de Salud” (a entidade responsável pela saúde pública no México). Nestes casos, uma solução eficaz tem sido a contratação de advogados locais especializados em comércio internacional, que auxiliam no cumprimento das normas. A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Mexicana (CCILM) pode desempenhar um papel crucial aqui, facilitando o contacto com advogados locais de confiança e prestando orientações sobre como lidar com os complexos requisitos regulamentares.
- Desenvolver uma Estratégia de Entrada no Mercado Adequada
Exportar para o México exige uma estratégia bem definida e adaptada às especificidades do mercado. As empresas precisam de decidir se pretendem entrar diretamente, estabelecendo uma presença física no país, ou se preferem usar distribuidores locais para comercializar os seus produtos. Um exemplo prático é o caso de várias empresas portuguesas de tecnologia que optaram por entrar no mercado mexicano através de parcerias com empresas locais, uma vez que a criação de uma infraestrutura física pode ser custosa e demorada. A Câmara de Comércio pode ser uma aliada valiosa nesta fase, ao ajudar na análise de mercado e na identificação de potenciais parceiros ou distribuidores.
- Adaptar os Produtos e Serviços ao Gosto e Necessidades Locais
Os consumidores mexicanos têm características culturais, preferências e necessidades que podem diferir das do mercado europeu. Assim, é essencial adaptar os produtos e serviços ao gosto local. As empresas que ignoram este aspeto tendem a falhar. Por exemplo, a indústria alimentar enfrentou desafios no México, onde o paladar dos consumidores é geralmente mais picante e temperado. As empresas portuguesas que exportam conservas e produtos de pastelaria tiveram de ajustar as suas receitas e incorporar ingredientes populares no México, como pimenta e lima, para conquistar o mercado.
- Investir em Relações Públicas e Credibilidade no Mercado
A confiança e a credibilidade são fundamentais para qualquer empresa que queira triunfar no mercado mexicano. Estabelecer boas relações com as autoridades locais, os reguladores e os parceiros comerciais é vital. A Câmara de Comércio Luso-Mexicana poderá auxiliar através do diálogo com entidades públicas e privadas, facilitando a obtenção de autorizações, licenças e certificações necessárias para operar no país.
- Prestar Atenção ao Cumprimento Fiscal e Aduaneiro
Exportar para o México requer um profundo conhecimento dos processos fiscais e aduaneiros. O sistema fiscal mexicano é complexo e envolve uma série de obrigações que podem criar entraves à entrada das empresas portuguesas no mercado. Além disso, as tarifas alfandegárias e os procedimentos de importação podem ser uma barreira significativa. Por exemplo, empresas portuguesas de tecnologia que exportam equipamentos eletrónicos relataram dificuldades devido aos elevados custos de desalfandegamento e à demora nos processos burocráticos. Estas empresas aprenderam que a chave para o sucesso é investir num consultor local especializado em tributação internacional, que conheça o funcionamento do sistema fiscal mexicano e que possa prestar assessoria contínua. Para mitigar estas dificuldades, as empresas devem assegurar-se de que têm o apoio de um parceiro especializado em logística e cumprimento aduaneiro. Além disso, o acesso a uma rede de contactos, facilitada pela Câmara de Comércio, pode ser crucial para garantir o bom andamento dos processos burocráticos.
- Dominar a Cultura de Negócios Mexicana
A cultura de negócios no México é diferente da europeia, e compreender estas diferenças culturais pode ser decisivo no sucesso ou fracasso de uma operação. No México, as relações pessoais desempenham um papel central nos negócios, e construir confiança leva tempo. A participação em feiras e eventos empresariais no México, muitas vezes facilitada pela Câmara de Comércio Luso-Mexicana, tem-se revelado um instrumento eficaz para ajudar as empresas portuguesas a desenvolverem relações de confiança e a aprenderem a navegar a cultura de negócios local.
- Estar Preparado para Investir no Longo Prazo
Exportar para o México não é uma solução de curto prazo. O sucesso no mercado mexicano requer paciência, investimento contínuo e adaptação constante. Uma vez ultrapassadas as barreiras iniciais, as empresas que se estabelecem no México podem colher frutos duradouros. Um exemplo claro é o caso de empresas portuguesas do setor da cortiça, que, apesar das dificuldades iniciais em entrar no mercado mexicano, perseveraram e conseguiram posicionar os seus produtos de forma competitiva, conquistando espaço nos setores vinícola e de construção civil. Para empresas que enfrentam desafios financeiros ou logísticos na fase de entrada, a Câmara de Comércio Luso-Mexicana pode ser um recurso valioso, facilitando o acesso a programas de apoio ao investimento e fontes de financiamento.
